ABSOLUTO E RELATIVO
A nossa vida é, quase sempre, uma luta mental entre aquilo que consideramos absoluto e aquilo que consideramos relativo, e o peso que cada uma dessas inconciliáveis dimensões tem naquilo que somos, ou mostramos ser. Se nos deixamos dominar pelo absoluto somos uns chatos, sempre cheios de convicções inabaláveis, podendo mesmo chegar ao insuportável snobismo da certeza: é assim porque é assim. Se, por outro lado, tudo para nós é relativo, tornamo-nos igualmente chatos pela incapacidade de concordar ou discordar de alguém, pela incapacidade de ter uma convicção que seja. O segredo deste difícil equilíbrio residirá, penso eu, em aplicar o absoluto e o relativo em áreas e em doses apropriadas. E saber que essas áreas não se cruzam, nem se devem cruzar. O absoluto deve ficar guardado para quem se ama, pois só se pode amar absolutamente. No absoluto cabe também a liberdade, talvez o país, a dose certa de vinagre no arroz de cabidela, o clube, o gosto por uma música particular que não te