O tolerado

ric castelo Foto: Ricardo Castelo (i)

Manuel Alegre é olhado pelos seus correligionários com um misto de incómodo e expectativa. Faz lembrar aquele amigo que se convida e nunca se sabe se ele vai efectivamente animar a festa (como é expectável) ou dar cabo dela (o que se teme!).

Já aqui referi: gosto da postura do homem e suporto-lhe os tiques.

O que vejo nele é o que não vejo na generalidade dos políticos com destaque: vejo nele um homem e não um robô. E fala, quase sempre, muito bem.

Falar, como falou, em defesa da dignidade do parlamento contra a rapaziada que teima em o desacreditar, é de homem. Quando toda a gente (populaça e intelectuais)  adora desacreditá-lo…

Falar como falou do medo instalado na sociedade portuguesa é de um homem que vê para além das generalidades do costume. O discurso do PM e do PR da República no 31 de Janeiro são, pelo contrário, um bocejo redondo e (vejam lá) muito parecido.

Alegre não …. foge da norma. Nem que essa fuga se transforme, ela mesmo, e nele, numa (evitável) norma.

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