Os eleitores-bebé
isse a alguém - pFoto_Adriano_Miranda (Público)
Se há assunto em que somos fortes é a discutir inutilidades. Punir erros pueris e fechar os olhos aos escândalos.
Não entendo a polémica em torno dos eleitores com Cartão de Cidadão (CC)
Então não era obrigação do eleitor saber do seu número? A culpa é do sistema? ou do Governo?
Enviar cartas, como se reclama, custaria mais de um milhão e meio de euros ao erário público, quando basta que o eleitor fosse – ou pedisse alguém - para ver na internet o seu número.
Imprimir no CC? E quando se mudasse a morada? Tinha de se gastar mais a fazer um novo?
Os eleitores são tratados, porque assim o querem, como crianças. Uma tristeza.
Comentários
Porque se é verdade que os eleitores podiam fazer isso ou pedir a alguém para ver, outros há que nada fizeram para mudar de residência e foram mudados administrativamente: sei de eleitores de Urgezes há mais de 40 anos que não tendo mudado de casa, mas tendo o CC passaram a constar em S.Sebastião.
O cerne do problema, para mim, é político. Porque o CC foi criado com pompa e circunstancia e apresentado como uma maravilha que iria substituir "n" cartões que tínhamos, simplificando a vida de cada um dos cidadãos portadores do mesmo. A realidade tem sido diferente: é mais caro, não é seguro porque qualquer entidade tem acesso aos dados que lá constam e sistematicamente tem causado transtornos ao nível das freguesias e dos actos eleitorais. Tudo isto porque com a pressa que o Governo tem em apresentar medidas "bonitas" e de marketing e por isso apresentou um "produto" ainda imaturo, sem os testes de fiabilidade necessários e sem preparar toda a máquina administrativa "burocrática" do imenso Estado para esta alteração, ainda por cima a conviver com os cartões antigos simultaneamente.
Por isso, discordo. Porque acho que o que se passou é clara responsabilidade dos políticos: ministros, secretários de estado, directores gerais.