As mulheres e a política
“Em política,
se você quer que algo seja dito, peça a um homem. Se quer que algo seja feito,
peça a uma mulher.”
Margaret Tatcher. Discurso ao National Council of the Townwomen’s
Guilds. 1965.
Mafalda.Quino.
Espero (mesmo muito!) que as
dificuldades sentidas por Hillary, nestas eleições americanas, sejam
ultrapassadas e ela se torne a primeira mulher presidente dos Estados Unidos da
América. Espero (mesmo muito!) que ela já seja efetivamente presidente e o burgesso
do Trump nos desapareça (até) da memória. Porque será que a candidata melhor
preparada para ser presidente dos EUA, pelo menos desde J.F.Kennedy, tem tantas
dificuldades em descolar daquele lagostim ignorante?
A grande e simplista
explicação é de que Hillary é uma mulher. Tenho para mim que, de uma forma
geral, as mulheres têm pouco jeito para a política. Chamem-me sexista, aguento.
Os homens na política descobrem o seu lado feminino e assim se complementam. As
mulheres na política masculinizam-se e perdem graça, tornam-se insuportavelmente
sérias. A poderosa Tatcher nunca teve a grandeza de um Churchill nem a
feminilidade de um Blair. A sensível Angela nunca terá a ponderabilidade de um
Kohl. A Dilma apanhou com a fava do Lula que continuará a escapar como uma
enguia aos escândalos que semeou. Nos EUA é a mesma coisa. Aguentamos as
mentiras do Bill como verdades e as verdades de Hillary parecem, estranhamente,
sempre falsas. Porquê?
A inteligência concreta. Sendo
as mulheres, indubitavelmente, mais inteligentes que os homens, isso joga em
seu desfavor na política. Racionalizar em política tem o mesmo alcance de
racionalizar no futebol, uma coisa não casa com a outra. E racionalizar demais
transforma-se, frequentemente, em azedume. E ser-se azedo em política não traz
vantagem nenhuma, bem pelo contrário.
O lado fanfarrão e infantil
dos homens, por outro lado, é apropriado à política. Para eles nada é imutável,
nada é definitivo, nada é impossível. A realidade nunca é a realidade mas
aquilo que sobre ela dizemos. Tudo é muito mais fácil dessa forma.
A teimosia. Nada é mais
caracterizador do género do que a inflexibilidade das mulheres. Quando viram
para um lado não há volta a dar-lhes. Eu que tive e tenho a sorte de viver
rodeado de mulheres já de há muito percebi que é impossível ganhar-lhes uma
discussão. Não se ganha uma discussão a uma mulher, nunca se ganha. Mesmo
quando as fazemos calar pela força da nossa retórica razão, só as fazemos calar
mas não as convencemos. O silêncio delas não quer dizer que nós ganhamos, não,
quer apenas significar que elas naquela altura específica não escolheram as
palavras certas, apenas isso. A razão das mulheres não é uma construção
metafísica é um dogma. A verdade das mulheres é biológica não é filosófica.
A multifuncionalidade. Uma
das coisas de que as mulheres modernas mais se orgulham, comparativamente
connosco - os homens - é a sua capacidade de fazerem várias coisas ao mesmo
tempo. Pensam na roupa dos filhos, na medicamentação da sogra, enquanto
levantam a fervura ao arroz, ouvem a Judite de Sousa e trauteiam uma música da
Beyoncé. Bravo! No entanto a vida não são os Jogos Sem Fronteiras em que os
concorrentes empilhavam coisas na cabeça, seguravam a faixa da equipa com os
dentes, empilhavam roscas nos braços, enquanto corriam para a meta em cima de estrados
sobre a piscina. A vida é felizmente mais simples.
A monofuncionalidade em
política é fundamental. A arte da política está em fazer várias coisas, uma a
uma, e não muitas coisas ao mesmo tempo. E aí as mulheres ficam a perder, são
demasiado ambiciosas e isso tira-lhes a concentração e a objetividade.
Vou haver-me certamente com a
minha mulher por este meu “momento Pedro Arroja”. Paciência. Talvez a faça rir
com um qualquer comentário posterior. E aí estarei salvo. As mulheres apreciam,
fundamentalmente, quem as faça rir, quem as faça sentir bem. E quem melhor que
nós -os abstratos, os flexíveis e monofuncionais seres masculinos – para
cumprir essa higiénica função existencial?
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