Lágrimas de crocodilo



Em matéria de política educação assiste-se a um derramar contínuo de lágrimas de crocodilo relativamente às relações do Governo com os agentes educativos, e muito em particular com os professores.

A entrevista que o Primeiro-Ministro deu anteontem à jornalista Judite de Sousa, deveria, em qualquer Democracia que se preze, implicar a imediata demissão da Ministra da Educação, tal a leitura negra que aquele fez daquilo que se passou. Para cúmulo, no dia seguinte a Ministra veio concordar com as palavras do Primeiro-Ministro como se falassem de entidades históricas e não do seu próprio comportamento enquanto governantes.

Apesar da cosmética pré-eleitoral o que o Primeiro-Ministro e a Ministra da Educação não perceberam ainda é que o que fez unir a classe não foi a luta contra a divisão da carreira, nem as burocracias, nem as avaliações, nem muito menos a incompreensão das medidas. O que fez com que tanta gente se levantasse e mostrasse a sua indignação foi o continuado e cirúrgico ataque, durante os últimos anos, à dignidade profissional dos professores. E isso foi algo de absurdo que não se faz a ninguém e, depois de feito, não se perdoa.

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