Ambição
É provável, admito, que eu seja
pouco ambicioso ao nível daquilo que espero do Vitória. Para esta época não
esperava muitos mais pontos daqueles que efetivamente temos, olhando para o
plantel composto por jovens, ilustres desconhecidos, e para um dos orçamentos
mais contidos da primeira liga. É possível.
É possível ainda, admito, eu ter
achado através de várias informações que fui recolhendo que o Vitória esteve
mesmo para estourar do ponto de vista financeiro, e que os últimos anos foram
um autêntico milagre alicerçado no trabalho incansável de muita gente –
direção, equipa técnica, jogadores – que tornaram possível fazerem-se omeletes
sem ovos. O desaparecimento do Vitória foi algo que sempre me arrepiou, pois
ele é um património insubstituível de Guimarães e do futebol português.
Por isso espanto-me com a
capacidade que o Vitória tem demonstrado em vender cada vez melhor os não-ovos
do início da época. A venda do Traoré e do Hernâni, a preços bem mais
interessantes que aquilo que tivemos de fazer com o Paulo Oliveira, são para
mim excelentes notícias para a sustentabilidade do clube, desde que, claro, não
se torne a cair no mesmo e se continue a apostar nos jovens talentos e na
capacidade de os revelar.
Por outro lado o facto de
conservarmos o André é a grande novidade. É possível construir-se uma equipa à
volta dele e gostaria de o ver ainda durante uma década aqui. Vê-lo levantar uma outra taça,
levar-nos à champions e, se fosse ambicioso, vê-lo capitanear-nos a ganhar um
campeonato.
Ou será que estou a ver mal?
Foto: Guimarãesdigital
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