Foi pena

Anne Applebaum, jornalista do Washington Post, escreveu um artigo sobre as eleições americanas (traduzido pelo Público) com uma profunda lucidez e clareza.
O artigo é sobre McCain que ela - como eu - admira pela coragem com que aborda temas como a imigração, pelo conhecimento forte em política externa, pela sobriedade e respeito pelo dinheiro dos contribuintes, e, também, pela forma como sempre se distanciou da "ala mais louca" do Partido Republicano.

Mas como escreve Anne:
"A nomeação de [Sarah] Palin - inspirada pelos seus mais próximos colaboradores - acabou por ser não um gesto de maverick [rebelde] mas uma concessão aos republicanos, que acham que a política externa deve ser conduzida usando uma série de "clichés" e àqueles no partido que atacam o Governo federal ao mesmo tempo que calmamente beneficiam de subsídios federais. Embora McCain tenha uma das maiores experiências bipartidárias no Senado, ele deixou a sua campanha à mercê dos extremos do partido. Ainda que ele seja um genuíno intelectual em política externa, os seus apoiantes cultivam a ignorância e o medo: se não acreditam em mim, vejam no YouTube Barack Obama and Friends: A History of Radicalism, de Sean Hannity.
Pior, McCain afastou-se - num esforço fatal para atrair os elementos menos ponderados e mais partidários da sua base - das suas anteriores posições sobre tortura e imigração. Talvez isto não passe de tácticas, e talvez o "verdadeiro" McCain abandone os terríveis ideólogos após [as eleições em] 4 de Novembro, se ele por milagre ganhar. Mas como posso saber que é isso que vai acontecer?"


Foi pena...

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