Se velhos são os trapos...

Aqui há uns tempos, encontrei-me com uns amigos. Daqueles que a gente gosta mesmo de se encontrar!
A propósito, no que toca a amizades, por vezes, passamos anos a pensar que amigos são só aqueles que partilharam connosco  a carteira da escola primária e que os outros são apenas de ocasião. Mas nem sempre é assim! Quando já temos idade para ter juízo (e filhos), ainda vamos a tempo de fazer boas amizades.
Mas, dizia eu, nesse encontro de amigos, um deles chamou-me, carinhosamente, de "velho"... É claro que, noutras circunstâncias, não teríamos achado muita piada a esta classificação, mas, vindo de quem vinha, até que foi reconfortante.
Devo dizer que esse encontro, embora curto, foi muito bom.

Mais tarde, meses mais tarde, lembrei-me disto novamente. E comecei a pensar... Realmente, isto de dizer que "velhos são os trapos" tem muito que se lhe diga! O confronto entre os conceitos de "velho" e "idoso" sempre foi controverso. Vejamos: Idoso é, em sentido lato, aquele que tem muita idade. E mais nada há a dizer sobre isso, a não ser que o idoso é aquele que já viveu tempo demais e que a sociedade já não sabe lidar muito bem com as pessoas idosas.
Por outro lado, velho é aquele que já viveu o suficiente para poder dar verdadeiras lições de vida. Como os "velhos lobos do mar" que passaram tempo suficiente em cima de água para aprenderem a respeitar o Mar e a ensinar os marinheiros mais novos. "Velhas raposas" são aquelas que não cegam por qualquer galinha, mas sim aquelas que antecipam o perigo à entrada do galinheiro e agem com astúcia. Por isso, chamar alguém "velho" não é, nunca, depreciativo, mas e antes pelo contrário, sinal de respeito e sobretudo de admiração.

Por tudo isto, resta-me apenas dizer obrigado. Obrigado amigo por me chamares "velho".

Comentários

Rui Vítor Costa disse…
Pois é velho Cravo, só alguém assim conseguiria fazer a reflexão que nos deixaste...

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