Directas - I

sa_carneiro2

De médico e de louco todos temos um pouco…

Este adágio poderia incluir também o PSD. Poucos são aqueles que ficam imunes aos episódios deste partido político português.

E é assim há muito tempo. O facto do partido ser uma confluência de ideias e de classes sociais marca-o para o bem e para o mal e toda a gente tem uma opinião sobre o que “lá” se passa. É essa marca interclassista do original PPD que ainda hoje permanece, mas que está em risco de se perder…

Ao contrário de outros partidos políticos que têm claramente marcada uma linha ideológica, o PSD é, desde sempre, uma confluência das tendências e pensamentos que marcam, a determinada altura, a vida social, económica e cultural do país. É por isso perfeitamente comum que no PSD confluam conservadores e liberais, quer em termos económicos quer em termos sociais, populistas e intelectuais, empresários, quadros técnicos e trabalhadores.

Parece confuso: e é.

Marcelo Rebelo de Sousa marca o nascimento do PPD pela confluência de três correntes distintas que antes do 25 de Abril tomaram forma: a linhagem católica-social (tributária dos movimentos católicos progressistas), a linhagem social-liberal (desenvolvida com os deputados da “ala liberal” no Marcelismo, do qual Sá-Carneiro fazia parte) e a linhagem tecnocrática-social (que criou, por exemplo, a SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, que ainda hoje existe). O partido começa na sua génese por uma diversificada confluência de pontos de vista que ora lhe permite uma grande abrangência e sintonia com o povo português, ora o mergulha em conflitos aparentemente insanáveis.

Estas características permitiram ao PSD crescer e afirmar-se ou perder e definhar. Uma espécie de “8 ou 80” da política que o torna genuinamente português, em tudo que isso signifique.

Comentários

Mensagens populares