Construtores de capas #1


Os discos de vinil tinham mais qualquer coisa do que música. Sendo objetos físicos reais e dimensionados, ao contrário dos atuais ficheiros digitais, eles constituíam muitas vezes uma afirmação estética das bandas e, também, daqueles que compravam a sua música. Passear o disco era uma atividade regular e um statement.

Peter Saville foi, neste campo, o maior. Pelo menos na minha geração e numa tendência dos anos 80 ligada à Factory Records, à música e à estética de uma cidade de Manchester resgatada assim do seu cinzento absoluto.

A clique de Saville dá-se ao ver a edição britânica do álbum Autobahn dos Kraftwerk (1974) (mais info):


A edição alemã é vulgar.

A partir daí Saville sabia o que queria e produz para a Factory Records e para os Joy Division uma das mais fabulosas capas de sempre, Unknown Pleasures:



Inspirado na imagem detecção de ondas eletromagnéticas emitidas na fase final de evolução de uma estrela muito densa (Pulsar), Saville fez a sua primeira capa de LP (1979). (vídeo)


Merece em outros álbuns dos Joy Division ainda destaque o álbum Still (1981) uma peça absolutamente fabulosa de design que conservo com particular religiosidade.





E outras que mantenho na memória e na proteção do plástico:


She´s lost control/Atmosphere (12'', o maxi-single, 1980)


Love will tear us apart (12", 1980)


Movement, New Order (LP, 1981)


Temptation, New Order (12", 1982)



Ultravox, One small day (12", 1984)

A surpreendente capa dos Wham! de 1986 (Music From the edge of heaven):


Infelizmente conhecida assim:



Um sacrilégio!


Fontes:
http://www.hardformat.org/designers/peter-saville-designer/
http://www.petersaville.info/sleeves






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