O olhar ocidental

 

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O Norte de África continua, por estes dias, a ser o centro do mundo. Pela minha parte não perco notícia que fale do Egipto, as manifestações, a violência, a posição dos vários líderes internacionais.

A minha coerência exigiria que as imagens que vou vendo me causassem a mesma simpatia que me causaram as imagens de Teerão em 2009. Mas não o fazem, ou fazem-no de forma tímida.

A razão é uma: o medo de regimes políticos islamistas.

 

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Terei razão? É possível que não, é possível que a classe média informada e liberal egípcia queira (apenas) aquilo que qualquer um de nós quer: democracia e justiça social … e tenha força para se sobrepor a todos os outros interesses.

 

Fotos_ Yannis Behrakis/Reuters

Comentários

Rui Silva disse…
É um ponto importante este que tocas, do olhar ocidental. É natural que fiques apreensivo, até porque o regime tinha até agora boas relações com o Ocidente pelo que esta ruptura pode colocar isso em causa, ou fazer com que a Irmandade Muçulmana se tente aproveitar disso.

E a questão da coerência terá a ver com a ideia de que somos pessoas de causas, e que a luta pela democracia e pela justiça social são causas que devem ser sempre apoiadas. No entanto, as consequências de certas revoltas por mais justas que pareçam são um tanto ou quanto incontroláveis.

Por isso pergunto-te, seremos hoje em dia, mais do que pessoas de causas, pessoas de consequências?

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