Opinião

 

Maria de Fátima Bonifácio

Público 24.03.11

 

de

“Em 1974, saiu a sorte grande a Portugal. Sem nenhum esforço comparável ao que tinham feito os países europeus saídos da Segunda Grande Guerra, os portugueses subiram,
de uma assentada, vários pontos no seu nível de vida. Habituámo-nos mal, e acabámos, irresponsavelmente, a passar férias em Cancun e a comprar carros de luxo a prestações.

Chegou Cavaco, nos anos oitenta. Dotou o país de infraestruturas indispensáveis e pôs a economia a crescer. Chegou Guterres, nos anos noventa. Fez do Estado uma espécie de Santa Casa da Misericórdia e persuadiu os portugueses de que podiam perfeitamente ter auto-estradas de borla. A economia estagnou. O Serviço Nacional de Saúde expandiu-se. As pensões e as reformas não encolheram. Para inúmeras famílias, viver do rendimento
mínimo, conjugado ou não com subsídios de desemprego, tornou-se muito mais atractivo do que ganhar um magro
salário a trabalhar. A despesa do Estado e o endividamento do país cresceram perigosamente, ameaçando a insustentabilidade. Os que isto diziam e demonstravam eram tidos como pessimistas patológicos. Barroso escandalizou as almas sensíveis ao oficializar que os socialistas tinham deixado o país de tanga. Ao cabo de quinze anos de irresponsável governação socialista, chegámos onde chegámos: mais pobres do que já fomos, e tendo como
única perspectiva de futuro continuar a empobrecer (…)”

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