Quando nada ficou na mesma
O início da década de 80 ficou marcada por trabalhos musicais absolutamente excepcionais. Já não bastava o Closer dos Joy Division para aparecer, pouco depois, a obra prima (entre as obras primas) dos Talking Heads: Remain in Light.
Claro que em Portugal, face às condicionantes do mercado global, as coisas cairiam sempre uns bons meses depois. Com a necessária inércia para termos lido os artigos musicais do MEC e só muito tempo depois se podiam comprar os vinis que o António Sérgio, e mesmo o Luís Filipe Barros, já haviam gasto no tempo em que a rádio era rádio.
Foi o meu amigo Jorge o primeiro a ter o Remain in Light, que deve ter as espiras gastas de tanto o ouvirmos em 1981.
Sempre que ouço essa obra bizarra para a altura (e provavelmente ainda para agora) percebe-se que há música boa e música má … e uma outra categoria que sobrepassa a memória e fica agarrada aos músculos e órgãos de quem a desfruta.
O difícil processo criativo desta obra – o peso de Brian Eno, a revolta de Tina Weymouth e Chris Frantz, a cooptação de músicos estranhos à banda - está muito bem documentado na wikipedia (versão inglesa).
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