Paixão II

Essa imagem está a correr nas redes sociais e alguns até consideram que se tornou um símbolo

Foto_José Manuel Ribeiro

 

Não me apetecia nada falar da realidade mundana. Além de ser chata, é triste. E ainda por cima de política!

(Apesar do meu processo de desintoxicação da política partidária ter corrido bastante bem – os médicos são nesse ponto unânimes – não há nada que mais me irrite do que a demagogia de atirar apenas para cima dos políticos tudo o que há de mau. Ninguém tem culpa de nada à exceção dos políticos, esses malandros! Quando a política precisa apenas que, à imagem do que fazemos em nossa casa, deixemos à porta os escroques. Nada mais.)

A comunicação do Primeiro-Ministro há uma semana atrás iniciou, estou em crer, e para muita pena minha, o processo de greicização de Portugal. O neologismo de ficarmos gregos.

Chegou a altura de rasgar as vestes agora, já que não são apenas os malandros dos funcionários públicos a penar! Só falta um bocadinho de violência policial para isto ficar au point. Falta sangue e vai havê-lo com certeza, é só esperar. Os jacobinos do costume, de tanto clamarem contra a passividade dos seus concidadãos, estão prontos a tomar a dianteira do ódio mas não a do realismo das soluções para a situação desesperada em que nos encontramos.

Passos Coelho ajudou a criar esta malfadada oportunidade pois perdeu grande parte do seu capital de credibilidade ao manter Miguel Relvas depois de tudo que se soube. Passos tinha crédito e decidiu proteger o lixo. Contaminou-se, e só não digo que “é bem feito” pois o assunto é trágico para o país. O irritante tom messiânico que Passos tem adotado para falar das más notícias, como se fosse a providência divina e não o raciocínio humano a ditá-las, fez o resto.

Se a estes passos da paixão/sofrimento adicionarmos a excitação juvenil de Seguro e a hipocrisia política de Portas é fácil adivinhar que nada de bom nos espera.

Valham-nos outras paixões.

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