Praga, 1968






"Faltava pouco para a meia-noite quando a 20 de Agosto de 1968, cerca de 200 mil tropas do Pacto de Varsóvia e 5 mil tanques invadiram a Checoslováquia para esmagar a “Primavera de Praga”, do regime reformista de Alexander Dubcek. Os checoslovacos protestaram a presença das tropas com manifestações não violentas. Alguns tentaram falar com os soldados, explicando-lhes que não havia necessidade de estarem ali. Mas eles “acreditavam que tinham impedido o início da terceira guerra mundial ou qualquer coisa do género”, contou recentemente Ondrej Neff, um jovem jornalista em 1968. Outra jovem na altura lembrou que quando viram que não valia a pena falar com os soldados, alguns manifestantes recorreram a outras estratégias: “Virámos os sinais das ruas para tentar confundi-los”, relatou Dora Slaba. Mas nada disso resultou e a Primavera de Praga foi esmagada, alguns dos seus líderes levados para Moscovo, e um novo líder, Gustav Husak, começava a “normalização”. “Na altura perguntei: onde estão todos os amigos da liberdade? Onde está a Inglaterra? Onde está França? Onde está a América? Porque é que ninguém nos está a ajudar?”, lembrou o realizador Milos Forman. “Telefonámos a Stanley Kubrick e pedimos para fazer uma declaração à imprensa. Ele desculpou-se: nunca se tinha interessado por política”. A Checoslováquia manteve-se comunista até 1989."

in P2, Público 20.08.09

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