Os Óscares

Fellini: Óscar Honorário (1993); sete nomeações ao Oscar de Melhor Argumento Original, três nomeações para melhor realizador por "La dolce vita" (1960), "8 1/2" (1963) e "Amarcord" (1974). Foto Wikipédia.

Nunca tive qualquer “objecção de consciência” aos Óscares. Pelo contrário. Eles são muitas vezes boas montras para bons filmes que de outra forma passariam absolutamente desapercebidos (quem veria o filme Colisão de Paul Haggis, se ele não tivesse ganhado os Óscares em 2005? Lembro-me que o filme passou em Portugal, antes da febre dos Óscares, num desolador Agosto, sem levantar qualquer ponta de entusiasmo. Vi-o no Porto na companhia de mais uma ou duas pessoas). Este ano por exemplo é atirado pela primeira vez para a ribalta um realizador talentoso como Danny Boyle (de Trainspotting), ou traz-se novamente à tona Stephen Daldry (do fantástico Billy Elliot e do premiado As Horas) ou Gus Van Sant (de A Caminho de Idaho, nomeado por Good Will Hunting), depois de em 2008 se ter exagerado no unanimismo à volta dos irmãos Cohen e há dois anos se ter premiado, pelo filme errado, o talentoso Scorsese, que realizou um dos filmes da minha vida (Raging Bull, Touro Enraivecido).

Foto: IMdb Aconteceu uma noite de Frank Capra (ganhou tudo, e suponho que muito bem, em 1934)

Os Óscares têm coisas boas e coisas más, como se reconhece. Boa é a atenção das pessoas para os filmes em função da festa que se prepara. Bom são os nomeados e os premiados em alguns anos; passando os olhos brevemente pelos meus livros vejo 1941 (O Vale era Verde, Joan Fontaine em Suspition de Hitchcock, Gary Cooper pelo Sargento York), 1954 (Há lodo no cais de Kazan e Grace Kelly em Para Sempre), os Padrinhos em 1972 e 1974, ou em 1980 (Gente Vulgar de Robert Redford, Robert de Niro no tal Touro Enraivecido, ou Mary Steenburgen pelo maravilhoso Melvin e Howard). Teremos sempre um Rocky (hoje reabilitadíssimo), uma Música no Coração, ou um Titanic (ainda não o vi, apesar da Kate Winslet), ou aquelas coisas tipo Senhor dos Anéis (que não verei certamente…), mas há uma clara tendência por parte da Academia para abrir horizontes. Veja-se como o outrora atacado Dirty Harry se transformou num inequívoco senhor do Cinema: o Sr. Clint Eastwood. E a Academia reconheceu, muito justamente, isso, e atirou-o para as nuvens.


Para este ano é esta a lista:

Melhor filme
· O Estranho Caso de Benjamin Button
· Frost/Nixon
· Milk
· O leitor
· Slumdog Millionaire - Quem Quer Ser Bilionário?

Melhor realizador:

· Danny Boyle por Slumdog Millionaire - Quem Quer Ser Bilionário?
· David Fincher por O Estranho Caso de Benjamin Button

· Gus Van Sant por Milk

· Stephen Daldry por The Reader

· Ron Howard por Frost/Nixon



Actor:
· Brad Pitt (O Estranho Caso de Benjamin Button)

· Frank Langella (Frost/Nixon)
· Sean Penn (Milk)
· Mickey Rourke (The Wrestler)
· Richard Jenkins (The Visitor)

Actriz:
· Anne Hathaway (O casamento de Rachel)
· Angelina Jolie (A Troca)
· Melissa Leo (Frozen River)
· Meryl Streep (Dúvida)
· Kate Winslet (O leitor)


Actor secundário:
· Josh Brolin (Milk)
· Robert Downey Jr. (Tropic Thunder)
· Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
· Heath Ledger (Batman - O Cavaleiro das Trevas)
· Michael Shannon (Revolutionary Road)


Actriz secundária:
· Amy Adams (Dúvida)
· Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
· Viola Davis (Dúvida)
· Taraji P. Henson (O Estranho Caso de Benjamin Button)
· Marisa Tomei (The Wrestler)



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