O monstro

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Marques Mendes escreveu no Sol um notável artigo. Uma opinião desassombrada, sustentada e clara em que o ex-líder do PSD questiona, entre outras coisas, o papel e o peso do Estado.

Não é possível sustentar a actual situação, ou fingir não perceber que mais de metade da riqueza produzida em Portugal é consumido pelo Estado e pela sua máquina.

Não partilho da opinião do Estado mínimo; advogo que a saúde, a educação ou os recursos naturais (como a água) devam estar maioritariamente no serviço público.

Agora, como aponta Mendes, é absolutamente insustentável que o Estado continue a sustentar uma RTP (360 milhões de € por ano), os transportes (cujo endividamento representa 8,6% do PIB nacional), ou as participações em empresas com golden shares ou outros estratagemas.

O peso do Estado é inercial mas não é, de forma alguma, ingénuo. Tem propósitos eleitoralistas e de controlo.

Controlar a comunicação social é, quase sempre, uma tentação irresistível por parte do poder. Este governo é, parece-me, o mais perfeito protótipo dessa sanha.

Engordar a administração pública e controlar as empresas participadas pelo Estado é outra das tentações, que permite distribuir e pagar favores à malta do partido e àquela que não o sendo se dispõe, ocasionalmente, a louvá-lo. E constitui nos dias de hoje um descaramento inadmissível num país de desempregados e com uma geração perdida (conforme notícia do Público de hoje).

A atribuição de subsídios por parte do Estado é hoje a mais vergonhosa manipulação que governo e autarquias fazem da miséria alheia. Não há cabaz ou rendimento mínimo que não conte com a “mão amiga” que vai condicionar e exigir retribuição. O pior é que o povo consente, habitua-se a viver da “mama” do Estado e torna-se dependente, indolente e totalmente manipulável.

O dinheiro dos impostos em Portugal não serve hoje para equilibrar Portugal e prosseguir objectivos de futuro e com futuro mas, fundamentalmente, para servir interesses de grupos instalados.

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