Sem espinhas

Daniel_Bessa Entrevista de Daniel Bessa ao Público (4.1.10)

Defende uma política de austeridade na despesa. Porquê?
Não tenho dúvidas de que será necessária porque a alternativa, por via fiscal, seria impossível. Se eu quisesse resolver as coisas apenas através de um aumento do IVA, a taxa normal teria de ir para 35 por cento. Se quisesse resolver só com o IRS, a taxa máxima teria de subir até 87 por cento. Um pacote usando os dois impostos, dava um IVA de 23 por cento e um IRS de 52 por cento. São medidas
muito violentas e portanto não há alternativa à redução da despesa.
Mas cortar onde?
Não há verdadeira redução da despesa que não passe pela
privatização de alguns serviços. Porque as outras alternativas é mandar funcionários públicos
embora ou reduzir nominalmente os salários. Os países que
enfrentaram esta questão de frente com bons resultados fizeram-no privatizando.

O quê concretamente?
Escolas e hospitais. As escolas continuariam de pé e os hospitais também, mas o Estado sai e os particulares vão ter de pagar, com políticas de apoio para os mais baixos rendimentos.”

Estas afirmações são de um ex-governante da área socialista. Não me parece que estas afirmação sejam excitações de ocasião mas, pelo contrário, a medida da gravidade da situação que atravessamos e para a qual já não há saídas possíveis que não sejam as radicais. Infelizmente, este governo continua a agir como se tudo estivesse normal. Sócrates fala de recuperação económica e de TGV, enquanto Bessa fala em acabar com a influência do Estado português na educação e na saúde, pois não vê alternativas.

Volta Medina Carreira estás perdoado!

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