Marvin Gaye

in Público (P2) hoje:

“Marvin Gaye deixara os EUA para escapar a dívidas e à dependência de cocaína. Passou primeiro por Londres, antes de se fixar na Bélgica, em Ostende, onde gravaria Midnight Love, o seu último álbum. Com ele, o sucesso de Sexual healing. Com o sucesso, o fim da sobriedade que a calma cidade costeira lhe permitira. Regressou então aos EUA, procurando junto dos pais o equilíbrio que lhe escapava há muito. De personalidade turbulenta, dividida entre a Bíblia e a tentação carnal, era cavalheiro irrepreensível que podia transformar-se em homem irado. Era todo o charme que lhe víamos nas aparições televisivas da década de 60, mas, não por acaso, um dos seus primeiros êxitos intitulava-se That stubborn kind of fellow – era autobiográfico. Entrou na Motown no final dos anos 50. Com I Heard Though The
Grapevine ou Ain’t no mountain high enough, dueto com Tami
Terrell, passou a ser o príncipe da soul. Mas queria mais. A exigência de total liberdade artística transformou-se num braço-de-ferro com a editora. Marvin Gaye ganhou: What’s
Goin’ On (1971) foi um sucesso. Uma década depois, quando
voltou aos EUA, era um santo da música negra. O seu pai,
rígido pastor cristão, não o via dessa forma. A relação entre os dois sempre fora tensa. A 1 de Abril de 1944, interpôs-se numa discussão entre os pais. Agrediu o pai, que respondeu e puxou de um revólver, o mesmo que o filho lhe oferecera meses antes. Dois tiros e a morte aos 44 anos. Faria 45 no dia seguinte.”

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