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Não sei se o "problema" é meu, mas tenho gostado francamente dos filmes que recentemente tenho visto. Encantei-me com Milk e O leitor, gostei bastante da Dúvida, de Frost/Nixon ou de Benjamim Button, e até o criticado Slumdog Millionaire não me desgostou.
Vicky Cristina Barcelona foi uma surpresa positiva, e não terá sido só por ter ido ao cinema de "pé atrás" . Gosto de Woody Allen apesar de nos últimos 20 anos (desde Uma Outra Mulher, com a divina Gena Rowlands) sofrer ao ver para onde caminhava o realizador de comédias brilhantes (como os seus primeiros filmes) e de belas obras cinematográficas como Annie Hall, Manhattan, Brodway Danny Rose ou Rosa Púrpura do Cairo. A última fase americana foi penosa (apesar do agradável, mas dispensável Small Time Crooks) e a fase inglesa uma nulidade absoluta apesar do celebrado Match Point, que para mim foi na mesma uma nulidade.

Woody Allen (muito provavelmente o realizador de quem vi mais filmes) volta ao que sabe fazer. Ele voltou aos dramas da burguesia culta, aos seus medos e tentações, sem pretensões morais, apenas olhando o que tão bem se compreende.

Vicky (a maravilhosa Rebecca Hall, que tão agradável esteve em Frost/Nixon) é o cerne do filme. O resto são adereços que reforçam esta extraordinária personagem. Entre os quais está Penélope Cruz que ganha um óscar num papel que não está à altura das actrizes de Dúvida, ou mesmo Taraji P.Henson, e suponho que da Marisa Tomei também. Se foi para compensar Penélope não ter ganho o óscar pela fabulosa Raimunda de Volver, até se compreende. Pois nesse ano a Helen Mirren foi justamente insuperável.
Pode ser que WA ressuscite. Para já regressou a Nova Iorque e acabou de rodar Wathever Works com o impagável Larry David. Promete.

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