Os meus filmes #3


A primeira chapada havia-a apanhado um ano antes. Violenta e marcante, na sala bebé, no Porto, com o filme Da Vida das Marionetas (1980). Em 1983 em Coimbra vi os Morangos Silvestres (1957) de Ingmar Bergman, numa daquelas sessões clássicas da tarde no Teatro Avenida em Coimbra. Aterrei completamente naquela viagem ao passado, apesar da minha juventude de então. Foi inevitável. A personagem do médico Isak Borg (uma homenagem a Victor Sjöström feita magistralmente por Bergman) a caminho da consagração académica de um final de carreira (viagem real em que é acompanhado pela nora), transporta-o ao que foi, ao que tinha tido, numa viagem de sonhos, com planos absolutamente espantosos e com uma classe e sensibilidade cinematográfica que poucos realizadores têm. E Bergman sempre as teve. Nunca mais esqueci o filme, revejo-o hoje, ocasionalmente e sempre em ambiente de extrema devoção e silêncio, em DVD.

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