We can believe in


Estou absolutamente viciado nas primárias americanas. Há muito que não havia eleições tão excitantes.

Do lado dos Republicanos um autêntico Senhor, o Senador John McCain, homem de princípios e de coragem que não cai bem no seu próprio campo partidário pelas suas posições mais liberais. Está obviamente nomeado como candidato Republicano.

Do lado dos Democratas a luta está completamente em aberto entre Obama e Hillary. Ela tinha tudo e foi perdendo gás. Ele foi ganhando muito (já leva 22 estados contra 10, e no dia 12 FEV ganhou Wahington DC, Maryland e Virgínia), apesar das derrotas em Estados muito importantes como a Califórnia ou NY. Obama é absolutamente cativante: as entrevistas revelam uma simplicidade sincera e os discursos públicos uma energia que de há muito se não via neste planeta. Como já perceberam estou completamente inclinado para o Obama. Respeito demais a Democracia dos EUA para a ver transformada numa democracia sul-americana em que o poder passa de homem para mulher e desta para a empregada doméstica, para o gato, etc. Faça-se por isso uma sondagem aos meus amigos bloguers ...

Comentários

Ricardo Garrido disse…
Tenho por hábito não me imiscuir muito em eleições que decorrem noutros países, pelo menos em público, dado não ter a capacidade de vestir a pele de qualquer nativo dessas paragens. Na verdade, dificilmente me imagino a pensar/agir como americano, russo, chinês, ou seja lá o que for, quanto mais dar-lhes orientações ou sugestões sobre quem será o melhor presidente para gerir os seus destinos.
Se os benfiquistas entenderam que Vale e Azevedo era o melhor e os americanos mantiveram Bush filho durante dois mandatos, quem sou eu para lhes chamar nomes feios?

Mas sendo os Estados Unidos, para além de uma grande democracia interna, um país com uma política externa global (e globalizante), acaba por merecer que todos nós nos possamos meter um pouco nos seus assuntos internos.
Sendo assim, vai não vai, lá dou por mim a navegar no Election Center 2008 da CNN, a contar delegados e superdelegados, a torcer por Obama como se ele fosse resolver os nossos problemas de desemprego, combater as crescentes desigualdades sociais, dar um abraço ao serviço nacional de saúde, acelerar o funcionamento da nossa justiça; enfim.
Como que sem querer, lá acabei por deixar escapar esta minha pequena (in)confidência; embora acabe por detestar os discursos de plástico, medidos e pensados até à última vírgula por dezenas de assessores, numa máquina de marketing poderosíssima mantida por todas as candidaturas, não consigo deixar de ser seduzido pela aparente simplicidade de Obama, face a uma espécie de dinastia que se procura impôr; como se cada presidente tivesse sempre que ser familiar de um ex-presidente.

Por isso, que ganhe Obama; as primárias e, já agora, a presidência. Mas se conhecerem algum americano, não lhe contem que eu disse isto. Apesar de 70% deles confundirem Portugal com uma cidade espanhola, uma marca de comida para periquitos ou um prato típico africano, têm que ser suficientemente racionais para escolherem o que é melhor para eles. Só espero que quem eles escolham, também seja o melhor para o resto do mundo.
Ricardo Garrido disse…
Um abraço para o Rui Vítor.
Passou-me completamente no post anterior.
Nuno Leal disse…
De facto, as eleições nos EUA acabam por ser um pouco viciantes e contagiantes, em bom rigor para mim devido ao intenso marketing eleitoral que extravasa as suas fronteiras, não fossem os actos que estão associados ao Presidente dos EUA afectarem muitas das vezes mais estrangeiros do que os próprios americanos.

Mas daí a ter um candidato preferido vai uma distancia grande. Não tenho, porque se há coisa que comecei a interiorizar há uns anos atrás, é que independentemente das convicções e promessas de qualquer político, a sua actuação vai ser feita de compromissos e recuos sobre aquilo que disse que ia fazer se vencesse.

A credibilidade dos políticos é, para mim, zero. Se calhar porque andei envolvido em pequena política local, vi de perto essas coisas.

Por isso, para mim, é indiferente que vença o Obama, a Hillary ou o McCain. Até pode vencer o gato Socks que já conhece bem os cantos à Casa Branca. No final, em Portugal, o desemprego vai continuar nos 8%, a economia vai continuar a crescer (?) a miséria do costume, os cérebros vão continuar a sair do país, as urgências continuar a fechar, a ministra da educação a promover reformas absurdas, o engenheiro Sócrates a assinar projectos de mamarrachos (sejam eles casas ou decretos-lei) e tudo fica na mesma, com a excepção de alguns, poucos, que ficam mais ricos e da maior parte que fica mais pobre e de mais uns milhares de portugueses que ficam a viver em Angola, Inglaterra, França, Espanha, Suiça ou Holanda para escapar à fraca qualidade de vida que se tem em Portugal...

Rui Vitor, desculpa esta visão desencantada que as eleições americanas me dão, mas ter de trabalhar e viver a 8000 Km de casa e dos "meus" devido ao que se passa em Portugal (péssima economia, falta de reconhecimento e de oportunidades laborais, etc) faz-me sempre ter esta reacção epidérmica quando nos preocupamos com essas pequenas grandes coisas que em nada vão alterar o estado da Nação!
Change.
Quem resiste a fazer um comentário sobre as eleições nos E.U.A, ainda hoje, o país das oportunidades?
Os E.U.A é o país que recebe, de todo o mundo, milhões de pessoas que procuram a oportunidade de construir uma nova vida. Um país que é uma nação de nações, uma sociedade multicultural onde todas as raças e religiões têm a possibilidade de se edificar, merece o meu respeito e atenção em momentos como este.
Não tiveram, durante oito anos, o verdadeiro representante. Este país precisa de um lider, não sei se Obama, mas alguém que transmita segurança aos americanos e ao mundo, que transmita confiança, sinceridade, ...
Change.

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