Mezinhas para 2009 (II)
Aprenda a viver em comunidade. A relação com a vizinhança é algo que, de uma maneira geral, nos consome a todos. Ao não verbalizarmos um incómodo vai crescendo dentro de nós uma poderosa angústia derivado daquilo que pensamos dos outros ou daquilo que, pensamos, os outros julgam de nós. Não há nada como dar a cara: toque à campainha do vizinho e diga “Ó Sr.Coelho vinha aqui pedir desculpa por ontem à noite ter dado uma festa até às tantas”. O vizinho vai ficar tão atarantado que dirá num assomo de compreensão “Ó Jorge deixe lá, também já tive a sua idade”. Falar não custa nada. Não falar é, muitas vezes, o pior. E já agora se for solteiro e se a sua vizinha também o for, ofereça-lhe uma flor com o pedido de desculpas, vai ver que é infalível. Se não for solteiro e/ou a vizinha também não o for, as coisas podem, naturalmente, complicar-se um pouco.
Participe na mudança. Os portugueses, ao contrário doutros povos europeus, não votam “a favor de” mas quase sempre “contra”. O medo da mudança é algo de endémico que nos mantém tolhidos e atrasados. “Vou votar no Sr.Almeida, porque o outro, como é que ele se chama … só quer ir para o poleiro”. E depois? Ter coragem para mudar é higiénico, faz com que as coisas andem para a frente, é essa a essência da Democracia. Se qualquer coisa importante o incomoda use o seu direito para fazer mudar as coisas e depois “logo se vê”. Aliás o “logo se vê” deve ser uma filosofia a usar em 2009. Qual o problema? Quando as nossas caravelas foram à procura de novos mundos certamente que os comandantes perante as dúvidas que se lhes punham disseram “nós vamos partir e depois logo se vê”.
Leia. Um bom livro é às vezes melhor que um bom amigo, é um pai que nos ensina e que nos melhora as conversas e os pensamentos, quiçá os sonhos.
Fotos: Guimarães (Francisco) e Almourol (Hamster volador) in Flickr
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