Eu show Sócrates
"O Congresso em Espinho do PS-Governo, ou do Governo do PS, foi uma viagem à realidade virtual como as que proporcionam há um século parques de entretenimento como a Disneyland. Estivemos na realidade alternativa, não em Portugal. Foi uma operação de propaganda, marketing e publicidade que entreteve militantes e espectadores com filmes, músicas de filmes e séries, e discursos das "caras conhecidas" do partido e do Estado. Total vazio ideológico e político. Nada se discutiu sobre a crise económica e financeira, a pobreza, o desemprego, o esboroar do tecido industrial e comercial; nada sobre as medidas tomadas ou não pelo Governo PS. O congresso ficou simbolizado pela anulação do debate das moções "sectoriais": nada se discutiu sobre regionalização, eutanásia, casamento para gays e lésbicas. O "apagão" ajudou este PS-Governo: o congresso não debateu os problemas do país porque não podia. Tinha de permanecer na Disneyland.Os congressos tendem hoje para cerimónias de entronização, mas este exagerou. Foi construído como um infindável anúncio de TV sem fim. Cores, luzes, imagens, de fundo, música. Proibição de acesso dos jornalistas à sala e das câmaras a locais que permitissem mostrar delegados de frente e de perto: os delegados não tiveram vida própria, foram a massa que aplaude as estrelas no palco como nos programas de TV. Teleponto. Silêncio total de Sócrates para os jornalistas. No fim: palco-trono para o rei (...)"
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