Schhh - I

Foto_badword_Wandson_Flickr

Adoro quando me explicam, cientificamente, as razões das minhas falhas e pecados.

Quando alguém me explica que a culpa do meu excesso de peso é o meu metabolismo deficiente e não eu próprio, agradeço o terno engano. E mais agradeço quando os estudos que conhecemos têm a marca de uma universidade, quando têm gráficos, amostras e análises cuidadas.

Um recente estudo da Faculdade de Psicologia de Keele, no Reino Unido, vem mostrar à evidência científica que o uso do palavrão alivia a dor. Nada que não soubéssemos já, mas que alivia a má consciência de proferir impropérios em situações limite.

Como fizeram então os excelsos cientistas do estudo? Colocaram 64 voluntários com as mãos enfiadas em baldes cheios de gelo. Numa primeira experiência, quando a dor apertava, os voluntários praguejavam, na segunda tinham que dizer uma palavra “autorizada”. Os resultados foram concludentes: os praguejadores aguentavam, em média, mais 40 segundos com as mãos no gelo. Uma vitória, em toda a linha, do palavrão, sem se terem utilizado métodos mais radicais como o do martelo no dedo, ou o de passar um jogo de futebol da sua equipa em silêncio forçado. Provavelmente não arranjariam tantos voluntários…

Concluíram ainda os cientistas que o palavrão activava mais o lado direito do cérebro. Ora sabendo que, de forma simplista, a linguagem está associada ao hemisfério esquerdo e as emoções ao hemisfério direito, concluo que o palavrão não quer misturas. É independente e incontrolável. Não se mistura com o racionalismo mas procura ir mais além: é livre e é rebelde.

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